ARTIGOS
Quando Chico Xavier foi salvo de um ataque pela luz da psicografia
Na noite de 11 de setembro de 1948, Chico Xavier e um amigo Isaltino Silveira, admiravam Pedro Leopoldo do alto de um morro, na beira de um riacho.
Sentado numa pedra, sob a luz de um poste, Chico lançava sobre o papel um poema assinado por Cruz e Sousa. Isaltino substituia as páginas preenchidas por outras em branco. Os dois estavam às voltas com o poeta do além quando escutaram um barulho no mato. Eram passos.
O amigo de Chico olhou para trás e levou um susto: um homem enorme, com olhos injetados, avançava na direção deles com um pedaço de pau na mão.
Isaltino levantou-se rápido e se preparou para enfrentar o agressor. Chico, já escaldado, continuou sentado. Sugeriu arma mais contundente: uma boa reza para emitir vibrações positivas. A poucos metros, o agressor parou e começou a balbuciar com a língua enrolada e os olhos fixos em Chico:
– Esta luz nas suas pernas…esta luz nas suas pernas.
Chico aconselhou:
– Vá para casa e fique na paz de Deus, meu filho.
Isaltino, já refeito do susto, viu o homem dar meia-volta e ficou perplexo diante de um fato insólito. O mato, em um raio de cinco metros ao redor do agressor, ficou todo amassado enquanto ele caminhava.
Chico Xavier tentou explicar a história toda: o homem era médium poderoso, embora descuidado, e tinha sido arrancado da cama por espíritos obsessores, interessados em assassinar os dois e jogar seus corpos no rio. O plano daria certo se os benfeitores espirituais não tivessem envolvido a dupla com um cinturão de luz.
Isaltino ainda estava perplexo. Por que o agressor se referiu à luz nas pernas de chico?
A resposta veio rápida, como se fosse óbvia.
– Ele percebeu o foco que os espíritos projetavam sobre o papel durante a psicografia.
Por que o capim em torno dele se amassava?
– As tais entidades eram tão ruins que se utilizaram dos fluidos do médium e conseguiram peso específico para provocar os fenomeno físico. Eram aproximadamente duzentos espíritos.
Isaltino suou frio.
Livro: As vidas de Chico Xavier, Marcel Souto Maior