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Qual médium ajudou na revisão do Livro dos Espíritos
Afinal, qual médium ajudou na revisão da segunda edição de ‘O Livro dos Espíritos‘, de Allan Kardec, impresso em 1860? Conheça mais detalhes sobre a primeira das obras básicas da Doutrina Espírita.
Qual médium ajudou na revisão do Livro dos Espíritos
Citando o pesquisador espírita Silvino de Canuto Abreu, a Federação Espírita Brasileira (FEB) revela que Allan Kardec utilizou a mediunidade de Ermance Dufaux na revisão da segunda edição, da obra originalmente lançado em 18 de abril de 1857. Enquanto a primeira tiragem contava com 501 perguntas e respostas, divida em três partes, a segunda edição somava 1.019 itens, distribuídos em quatro partes.
Na edição de janeiro de 1858 da Revista Espírita, Kardec citava as peculiaridades da mediunidade da jovem francesa, filha de rico produtor de vinho e trigo da cidade de Fontainebleau, no Norte da França. ‘Do mesmo modo, ela escreveu a de Luís XI e a de Carlos VII, que serão publicadas como a de Joana d’Arc. Passou-se com ela um fenômeno bastante curioso. A princípio, era excelente médium psicógrafa, escrevendo com grande facilidade; pouco a pouco se tornou médium falante e, à medida que essa nova faculdade se desenvolvia, a primeira enfraquecia’.
Desequilíbrio
De acordo com biografia da médium no site da Federação Espírita Brasileira (FEB), com 8 anos de idade ela ‘começou a apresentar inquietante desequilíbrio nervoso e a fazer premonições’. Por isso, os pais procuraram ajuda do médico Cléver De Maldigny, que acreditava se tratar ‘de um novo distúrbio nervoso, que havia feito diversas vítimas na América e que, agora, estava chegando à Europa’.
Em outras palavras, ‘as vítimas da [suposta] doença entravam numa espécie de transe histérico e começavam a receber hipotéticas mensagens do Além’. Em seu consultório, a ainda criança Dufaux acabou sendo ‘dominada por uma força estranha’, com o braço tomando vida própria e pegando um lápis para iniciar uma psicografia. Mas ela se assustou e não quis seguir a experiência.
Allan Kardec
Através de Madame Plainemaison, ainda de acordo com a FEB, Dufaux conheceu Kardec na noite de 18 de abril de 1857. Na ocasião, ela ‘recebeu belíssima mensagem de São Luís, que, a partir dali, tornaria-se uma espécie de supervisor espiritual dos trabalhos do Mestre’.
Entre as obras de destaque da mediunidade de Defaux no ano seguinte estão duas autobiografias dos reais franceses Luís XI e Carlos VIII. Entretanto, já em 1859, ela não é mais citada como membro da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, da qual fora uma das sócias fundadoras.