ARTIGOS
Como superar o seu sofrimento?, por Divaldo Franco
Na atual conjuntura intelectual do planeta e considerando-se o clima de rebeldia que irrompe virulenta por toda a parte, a resignação para os aficcionados da violência e do prazer é manifestação patológica que tipifica as personalidades anômalas.
Diante do conceito disparatado e frágil, muitos se auto-afirmam pelos desmandos, quando convidados às paisagens da reflexão, pelo sofrimento, gerando males muito mais danosos do que aquêles dos quais pretendem fugir – Porque os seus planos colimam resultados diversos aos que aguardavam, atiram-se ao desalento, quando não partem para as reações abastardantes da crueldade ou do cinismo.
Se as enfermidades chegam, exasperam-Se, bandeando para a revolta, intoxicando-se interiormente com as emanações venenosas do inconformismo. Quando os insucessos lhes drenam as ambições desmedidas, desgarramse para os “sonhos róseos” dos estupefacientes e barbitúricos.
Diante das necessárias provações que os colocariam nas corretas engrenagens da máquina da vida, vituperam, ferozes e se destroçam nos abusos do sexo e do álcool, em dissipações inomináveis a que se arrojam. Suas resistências são todas comandadas pelos impulsos da ira ou da insatisfação, distantes das reações construtivas da inteligência que discerne, lógica e produz.
A resignação para eles é cobardia moral no entanto, fogem à realidade até que a desencarnação os surpreende tardiamente com as realidades verdadeiras da vida, das quais se afastaram, encetando a partir daí longos períodos de sombra, dor e desassossego inimaginável.
Tu que ouviste a voz da mansuetude do Cristo e que te encorajaste face à grandeza da Sua vida, resigna-te, fortalecendo o ânimo, ante qualquer cometimento que te produza dor e que seja rotulado como desgraça ou infortúnio.
Nada ocorre por capricho pernicioso da vida. Recebemos conforme damos, assim como colhemos consoante a qualidade dos grãos que ensementamos.
Resignação significa coragem e fôrça na voragem do desespêro. Somente os cristãos autênticos e os homens possuidores de elevados ideais se fazem capazes de resignar-se quando o desalento e a alucinação já se apossaram de outros seres.
Os que se encastelam nas chacinas e nos desvãos da anarquia, dizendo-se superiores, são meninos medrincas, que não dispõem de energias para se reorganizarem e prosseguirem na atitude reta.
Se te convidam ao revide – resigna-te e ora.
Se te convocam ao ódio – resigna-te e confia.
Se te afrontam com agressões – resigna-te e agradece a Deus.
Os dias sempre e inevitavelmente se sucedem para bons e maus, e ninguém se eximirá jamais ao amanhã que a todos alcança, refletindo na claridade forte e pujante do tempo a manifestação – resposta dos nossos atos nas mesmas expressões com que desde hoje as produzimos.
Resignação, também, é vida, e vida abundante, na direção da vida eterna.
“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei.” Mateus: capítulo 11º, versículo 28.
“O sentimento do dever cumprido vos dará repouso ao Espírito e resignação. O coração bate então melhor, a alma se asserena e o corpo se forra aos desfalecimentos, por isso que o corpo tanto menos forte se sente, quanto mais profundamente golpeado é o Espírito”. – O ESPÍRITO DE VERDADE. (Havre, 1863). Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 6º – Item 8.
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 30.