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Como nos proteger dos desafetos que não vemos?

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FRANCISCO REBOUÇAS

Além dos nossos desafetos do plano material, é importante que não nos esqueçamos de que, também, os temos no outro lado da vida, ou seja, na vida espiritual e, dessa forma, é prudente desde já buscarmos entrar em contato com os nossos irmãos que, por quaisquer motivos, não têm conosco uma boa convivência em nossa atual romagem terrena para, se possível, desfazermos os motivos de tais desarmonias e guiar-nos pelas instruções do Mestre de Nazaré, a fim de que façamos nossos acertos enquanto estamos a caminho com eles e não aumentemos assim ainda mais o número deles no outro lado da vida.

A Doutrina Espírita esclarece-nos que espíritos equivocados e ignorantes existem em grande número e nos influenciam, a todo o instante, donde precisamos estar bastante atentos para não nos levarmos por suas maléficas influências.

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Informam-nos os Instrutores da Espiritualidade Superior que alguns desses nossos irmãos, em estado de total desrespeito por tudo e por todos, não se deixam influenciar nem mesmo diante da invocação do nome de Deus, nosso Pai, e que somente aqueles que possuem elevado conceito de moralidade poderão obter resultado positivo diante dessas criaturas infelizes, exatamente porque já vivenciam os ensinamentos do mestre de Nazaré em pensamentos, palavras e obras, trabalhando, incansavelmente, pelo alastramento e implantação do bem no coração dos seus irmãos, ajudando a levantar os caídos na estrada da vida, única condição de impor respeito ante essas entidades perversas e ignorantes.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos as instruções dos Imortais da Vida Maior sobre o assunto conforme segue:

Os desafetos desencarnados

“Ainda outros motivos tem o espírita para ser indulgente com os seus inimigos. Sabe ele, primeiramente, que a maldade não é um estado permanente dos homens; que ela decorre de uma imperfeição temporária e que, assim como a criança se corrige dos seus defeitos, o homem mau reconhecerá um dia, os seus erros e se tornará bom.

Sabe também que a morte apenas o livra da presença material do seu inimigo, pois que este o pode perseguir com o seu ódio, mesmo depois de haver deixado a Terra; que assim a vingança, que tome falha ao seu objetivo, visto que, ao contrário, tem por efeito produzir maior irritação, capaz de passar de uma existência a outra. Cabia ao Espiritismo demonstrar, por meio da experiência e da lei que rege as relações entre o mundo visível e o mundo invisível, que a expressão: extinguir o ódio com o sangue é radicalmente falsa, que a verdade é que o sangue alimenta o ódio, mesmo no além-túmulo. Cabia-lhe, portanto, apresentar uma razão de ser positiva e uma utilidade prática ao perdão e ao preceito do Cristo: Amai os vossos inimigos. Não há coração tão perverso que, mesmo a seu mau grado, não se mostre sensível ao bom proceder. Mediante o bom procedimento, tira-se, pelo menos, todo pretexto às represálias, podendo-se até fazer de um inimigo um amigo, antes e depois de sua morte. Com um mau proceder, o homem irrita o seu inimigo, que então se constitui instrumento de que a justiça de Deus se serve para punir aquele que não perdoou.

Pode-se, portanto, contar, inimigos assim entre os encarnados, como entre os desencarnados. Os inimigos do mundo invisível manifestam sua malevolência pelas obsessões e subjugações com que tanta gente se vê a braços e que representam um gênero de provações, as quais, como as outras, concorrem para o adiantamento do ser, que, por isso, as deve receber com resignação e como consequência da natureza inferior do globo terrestre. Se não houvesse homens maus na Terra, não haveria Espíritos maus ao seu derredor. Se, conseguintemente, se deve usar de benevolência com os inimigos encarnados, do mesmo modo se deve proceder com relação aos que se acham desencarnados.

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Outrora, sacrificavam-se vítimas sangrentas para aplacar os deuses infernais, que não eram senão os maus Espíritos. Aos deuses infernais sucederam os demônios, que são a mesma coisa. O Espiritismo demonstra que esses demônios mais não são do que as almas dos homens perversos, que ainda se não despojaram dos instintos materiais; que ninguém logra aplacá-los, senão mediante o sacrifício do ódio existente, isto é, pela caridade; que esta não tem por efeito, unicamente, impedi-los de praticar o mal e, sim, também o de os reconduzir ao caminho do bem e de contribuir para a salvação deles.
É assim, que o mandamento “Amai os vossos inimigos não se circunscreve ao âmbito acanhado da Terra e da vida presente; antes, faz parte da grande lei da solidariedade e da fraternidade universais”. (1)

O Evangelho de Jesus é um acervo de ensinamentos inigualáveis pelo qual o Mestre exorta- nos, carinhosamente, à prática do bem e da caridade em prol do nosso próprio crescimento moral espiritual e em benefício do nosso relacionamento com o nosso semelhante. Ensina-nos a ser bons e caridosos, porque essa é a chave dos céus que temos a nossa disposição, à espera de uma simples, inteligente e importante decisão de utilizá-la. Alerta-nos para a realidade de que toda felicidade que almejamos desfrutar na vida, está contida na máxima “amai-vos uns aos outros”.

Jesus ensina com suas palavras e acima de tudo pelos seus exemplos que ninguém jamais conseguirá elevar-se às altas regiões espirituais sem a ação de auxílio ao próximo, pois somente através do trabalho na caridade ser-nos-á possível encontrar paz e consolação, deixando para trás os caprichos danosos e equivocados do egoísmo que há milênios tem-nos escravizado, abrindo, dessa forma, o caminho que nos levará ao encontro com a felicidade que só o dever retamente cumprido nos proporciona.

“A caridade é, em todos os mundos, a eterna âncora de salvação; é a mais pura emanação do próprio Criador; é a sua própria virtude, dada por ele à criatura. Como desprezar essa bondade suprema? Qual o coração, disso ciente, bastante perverso para recalcar em si e expulsar esse sentimento todo divino? Qual o filho bastante mau para se rebelar contra essa doce carícia: a caridade?” (2)

Referências Bibliográficas:
(1) O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XII, itens 5 e 6;
(2) O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XIII, item 12.

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