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O que a imprensa dizia no lançamento do Livro dos Espíritos
Como a imprensa reagiu à publicação do Livro dos Espíritos, o primeiro das obras básicas de Allan Kardec, em 18 de abril de 1857?
O que a imprensa dizia no lançamento do Livro dos Espíritos
Na Revista Espírita, edição de janeiro de 1858, Allan Kardec reproduziu a crítica do ‘Courrier de Paris’ sobre ‘O Livro dos Espíritos’, classificada como uma obra ‘bastante curiosa’. ‘É uma página nova do grande livro do infinito, e estamos persuadidos de que um marcador assinalará essa página’.
Em seguida, o redator observa que ‘não conhecemos absolutamente o autor, mas confessamos abertamente que ficaríamos felizes em conhecê-lo’. Tece elogios a quem escreveu a introdução do livro, que ‘deve ter a alma aberta a todos os sentimentos nobres’.
Incrédulos
‘Desafiamos a rir os mais incrédulos quando lerem este livro, no silêncio e na solidão. Todos honrarão o homem que lhe escreveu o prefácio’. O autor G. du Chalard elogia a capacidade de argumentação de Kardec, não diminuindo sua importância na obra, que foi escrita na verdade pelos espíritos.
‘Lendo as admiráveis respostas dos espíritos na obra do Sr. Kardec, dissemos a nós mesmos que haveria um belo livro a escrever. Bem depressa reconhecemos que nos havíamos enganado: o livro já está escrito. Apenas o estragaríamos se tentássemos completá-lo’.
Começo ao fim
‘Todos vós que abrigais nobres pensamentos no coração e que acreditais no bem, lede o livro do começo ao fim. Se alguém nele encontrasse matéria para zombaria, nós o lamentaríamos sinceramente’.
Ou seja, a obra foi encarada com respeito por livres pensadores. E a negação e a perseguição de dirigentes e seguidores de outras crenças acabaram causando ainda mais curiosidade nas publicações de Allan Kardec. Assim, abrindo campo para a difusão não apenas do conhecimento espírita. Mas igualmente para o debate de ideias, o questionamento honesto para surgimento de mais conhecimento.