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VISÃO ESPÍRITA

Quaresma na visão espírita

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crucificação de jesus

FRATERNIDADE LUZ E FÉ | Eduardo Silveira

Jesus serve como base moral do espiritismo, e é comum que no período da Quaresma nos lembremos da paixão, crucificação, morte e ressurreição de nosso Mestre Maior.

A Quaresma inicia na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos, sem a inclusão dos domingos na contagem, totalizando quarenta dias, e representa o período que Jesus passou no deserto em meditação se preparando antes de começar sua vida pública.

Todo ser espiritual deve ter dentro de si um sentimento de religiosidade, e como as instituições espíritas não celebram datas iguais a outras religiões ou filosofias cristãs, respeita e aceita todas as manifestações.

A Páscoa é anterior a Jesus e representava a comemoração de duas festas muito antigas do povo judeu. Numa delas se comemorava a libertação do povo hebreu do cativeiro por Moisés, em torno de 1441 AC, e a outra, o início da colheita do trigo, agradecendo aos Céus a fartura da produção agrícola, que alimentava a família e propiciava as trocas de mercadorias, muito comum na época.

crucificação de jesus

Este período, pela interpretação das religiões e seitas tradicionais, acha-se envolta num preocupante e negativo contexto de culpa, tal qual o sofrimento de Jesus seria para nos salvar, para apagar todos os nossos erros e dos nossos ancestrais.

No período quaresmal é muito comum nos depararmos com pessoas cumprindo promessas, jejuando e fazendo penitências. Será que este período de quarenta dias seria suficiente para redimir os homens de todas as suas deficiências e erros?

Segundo afirmações contidas em “Livros dos Espíritos” – “… terá maior mérito perante Deus, aquele que aplica sua penitência em benefício de outrem…”, ou seja, pratica a caridade que, aliás, para nós que ainda somos espíritos imperfeitos, ser caridoso é uma grande penitência.

Jesus propõe que para alcançar a felicidade devemos nos abster dos vícios e praticar o amor e a caridade em toda a sua plenitude, combatendo sempre as deficiências morais e jejuando a maledicência, ironia, prepotência, hipocrisia, vaidade, ambição, egoísmo, orgulho e o ódio.

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O esforço contra as más tendências deve se estender todas as horas e dias de nossa vida, pois conforme Allan Kardec afirmou em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar as suas inclinações más.” (Cap. XVII, item 4).

Nós espíritas sabemos que nenhum ritual externo será capaz de apagar nossos erros perante a Lei Divina. Somente uma reflexão profunda de nossas atitudes, através do autoconhecimento, para auxiliar em nossa transformação moral, no esforço da prática da caridade em auxílio do próximo e na superação dos vícios e defeitos.

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