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Feminismo e Espiritismo

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TV MUNDO MAIOR | Ricardo Guelfi de Souza

Com o fervor da Revolução Francesa os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade se estenderam nas sociedades pelo mundo e trouxeram reflexões e a possibilidade de derrubar, não apenas as monarquias absolutistas, mas também combater ideologias, até então imutáveis.

Séculos antes, a reforma protestante deu início à questionamentos de dogmas absolutos impostos pela igreja católica. Tempo depois a Revolução Francesa e o Iluminismo prosseguiram com tempos de razão, desenvolvimento científico e filosófico.

Em meados do século XIX, através da codificação de Allan Kardec, a Doutrina dos Espíritos ou Espiritismo, elucidou a moral religiosa, fundindo filosofia, ciência e religião.

E o por quê desse resumo histórico? Para dizer que Deus não é pai, pois, segundo a questão de número 1 do Livro dos Espíritos, “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”

O machismo é um fato histórico, e reforçado por governos e religiões, que por séculos escravizaram as mulheres como objeto limitando-as em tarefas domésticas, a satisfazer as vontades dos homens e procriar. Enquanto isso os homens eram líderes políticos e religiosos detentores de conhecimentos e direitos proibidos para as mulheres.

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A luta para combater esses pensamentos bárbaros e retrógrados se estendem até os dias de hoje. Na questão 817, também do Livro dos Espíritos, a espiritualidade superior ressalta que assim como a inteligência e a faculdade de progredir, os direitos devem ser os mesmos para ambos, homens e mulheres.

Ainda no item Igualdade dos direitos do homem e da mulher, a questão 822 diz que:

“…A emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização. Sua escravização marcha de par com a barbárie. Os sexos, além disso, só existem na organização física. Visto que os Espíritos podem encarnar num e noutro, sob esse aspecto nenhuma diferença há entre eles. Devem, por conseguinte, gozar dos mesmos direitos.”

A lutas intensas e protestos pelos direitos das mulheres ganharam forma pós revolução industrial. Com a migração das mulheres, do campo aos centros urbanos, para trabalhar nas fábricas, os movimentos políticos por direitos passaram a ser organizados pelas mulheres inseridas naquela realidade.

As sufragistas, reivindicavam sua posição na política. Visando o sufrágio, o direito ao voto, em meados do século XIX, na Inglaterra, as mulheres manifestaram seu interesse na política. Apenas com seus votos e suas candidaturas, elas poderiam reivindicar seus direitos diretamente com o parlamento.

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Outro grande momento na luta pelos direitos das mulheres é o dia 8 de março de 1857. Neste dia trabalhadoras de uma fábrica têxtil , em Nova York, protestavam pela diminuição da jornada de trabalho e reivindicavam o direito de licença maternidade.

Policiais interviram no protesto e centenas de mulheres morreram queimadas. Em memória e apoio a luta, no ano de 1911 foi instituído o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.

Para a filósofa francesa Simone de Beauvoir, “as mulheres sempre foram marginalizadas porque os homens de todas as classes e partidos sempre lhes negaram uma existência autônoma”.

Na edição de Janeiro de 1866, Allan Kardec escreveu, na Revista Espírita, o artigo As Mulheres têm Alma?. Nele o codificador do Espiritismo discorreu pela igualdade espiritual de homens e mulheres, suas diferenças físicas e encerrou com a seguinte afirmação:

“Com a Doutrina Espírita, a igualdade da mulher não é mais uma simples teoria especulativa; já não é uma concessão da força à fraqueza, mas um direito fundado nas próprias leis da Natureza. Dando a conhecer essas leis, o Espiritismo abre a era da emancipação legal da mulher, como abre a da igualdade e da fraternidade.”

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E para finalizarmos este texto, em que reafirmamos a validade das lutas pacíficas pelos direitos de igualdade das mulheres, relembramos o discurso da apresentadora estadunidense Oprah Winfrey, em sua homenagem na premiação do Globo de Ouro, que foi marcado pelos protestos contra assédio sexual na industria do cinema de Hollywood. Oprah finalizou relembrando o movimento online em que mulheres compartilharam casos de abuso com a hashtag #metoo.

“Que as meninas assistindo esta noite saibam que um novo dia está chegando. Quando esse dia chegar, será por que muitas mulheres magnificas, muitas que estão aqui nesta noite, e homens fenomenais, que as ajudaram, lutaram para serem os líderes que conduziram esse tempo em que ninguém mais precisa dizer ‘me too” (eu também)”

Para saber mais sobre o assunto, assista:

A mulher e o espiritismo – Interpretando a Vida

Feminino e Espiritismo

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