Uma das dúvidas mais comuns a quem começa a estudar o Espiritismo é acerca da visão da Doutrina sobre a cremação. Afinal, todo espírito está preparado para ver ou sentir o seu corpo passar por essa técnica funerária?
Sobre o espírito sofrer durante a cremação
No livro ‘O Céu e o Inferno‘ (1865), Allan Kardec destaca que determinados espíritos ‘permanecem por algum tempo imantados ao corpo material após o transe da morte, como acontece principalmente com os suicidas’. Portanto, ‘o desatamento do cordão fluídico nem sempre se consuma num curto espaço de tempo’.
‘Nessas condições, o desencarnado é como se fosse um morto-vivo cuja percepção sensória, para sua desventura, continua presente e atuante. A cremação viria causar-lhe um angustiante trauma, o que implicaria ‘aumentar a aflição ao aflito”. Em outras palavras, poderia sim sentir as consequências desse procedimento cada vez mais comum nos tempos atuais.
Fio de prata
‘Alguns autores dizem que como não é possível saber quanto tempo que a Espiritualidade precisou para desligar esse fio de prata, então não se deve cremar. E há autores dizem que 72 horas são mais do que suficientes para que toda a cirurgia de desligamento ocorra‘, observa o psicanalista André Marouço, da TV Mundo Maior.
Ele ressalta que todo o processo é acompanhado por uma equipe espiritual ‘absolutamente competente’. Em outras palavras, socorristas realizam o amparo no momento do desencarne. E, de acordo com nossa vibração, teremos condições de seguir para essa ou aquela cidade espiritual.
Umbral
Em conclusão: nem todos teremos que passar pelo Umbral. Pois é perfeitamente possível ter a compreensão da infinitude da vida ainda encarnado. Dessa forma, conservando os melhores pensamentos e sentimentos. Com o conhecimento espiritual somos capazes de diluir todas as baixas vibrações mesmo diante dos desafios de estar na carne.
Mas podemos estar tão ligados na carne ao ponto de venerá-la. Ou seja, muito ligado à matéria e à vaidade, a cremação pode ser um sofrimento. Pois o corpo deixa de existir horas após o processo de desenlace, causando, no mínimo, confusão e perturbação.