DIVALDO FRANCO
Chico Xavier tinha o hábito de visitar famílias que moravam sob uma velha ponte. Um dia esta ponte ruiu deixando aquelas famílias ainda em piores condições. Chico Xavier, sua irmã Luísa e alguns amigos da cidade de Pedro Leopoldo se reuniram, a fim de conseguir víveres para serem doados àquelas famílias.
Os colaboradores, todos muito pobres, com salários deficientes mas com muita boa vontade, coletavam os excedentes de legumes e verduras das feiras para distribuírem, anonimamente, no Sábado, à noite, aos necessitados da ponte.
Houve um dia, porém, em que ele, Luísa e seus auxiliares não tinham absolutamente nada. Ficaram preocupados, porque aquela gente estava faminta.
Apareceu-lhe Dr. Bezerra de Menezes e disse-lhe: coloque algumas bilhas d’água, pois vamos magnetizá-las e você distribuirá essa água às famílias da ponte. Quando lá chegaram haviam umas duzentas pessoas entre carentes e doentes.
Não tinham como expressar a sua angústia, o seu constrangimento por não terem nada para lhes oferecer, a não ser a água magnetizada que levavam.
O povo não entendeu o que é água magnetizada e não sabe da sua importância . . .
Chico Xavier subiu numa parte da ponte e com muito carinho falou àquelas pessoas:
“Meus irmãos, hoje não tenho nada para lhes oferecer.”
As pessoas ficaram de mau humor, porque acostumaram-se que sempre lhes eram oferecidos donativos e alimentos. Não aceitaram o fato de Chico Xavier estar de mãos vazias, não tendo nada para lhes oferecer.
Foram desrespeitosos e Chico Xavier começou a chorar.
De repente uma mulher se levantou e falou:
Alto lá, esse homem e essas mulheres vêm sempre aqui nos ajudar. Hoje eles não tem nada para nos oferecer e cabe-nos dar-lhes a nossa alegria. Vamos cantar!
Enquanto ela estava falando, chegou um caminhão e o motorista gritou do outro lado da estrada:
– Quem é Chico Xavier?
O nosso Chico foi até lá e o motorista o interrogou:
– Chico, você se lembra do Dr. . . .
E declinou-lhe o nome. Era um casal que havia perdido o filho e Chico compareceu-se muito da sua dor. Numa das suas reuniões o filho desencarnado veio acompanhado por Dr. Bezerra e deu-lhe uma bonita mensagem.
“Um dia Chico, eu hei de retribuir-lhe de alguma forma” – disse-lhe o pai comovido.
E o homem ficou muito grato, também, a Dr. Bezerra de Menezes.
Eu estou trazendo esse caminhão de alimentos – continuou o motorista – mandado pelo Dr. . . . que me deu o endereço lá do Centro Espírita. Tive um problema na estrada e me atrasei. Quando passei na porta do Centro estava tudo fechado e apareceu-me então um senhor de idade, de barba branca e perguntou-me: “O que você deseja meu filho?” Eu respondi-lhe que estava procurando pelo senhor Chico Xavier. Ele então orientou-me, dizendo: “Siga em frente, ande por essa estrada até uma ponte caída, chegando lá, chame por Chico Xavier e diga-lhe que fui eu quem lhe mandou.”
Então perguntei-lhe: “Quem é o senhor?”
E ele respondeu: “Sou Bezerra de Menezes“.
Por Divaldo Franco