EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO | Allan Kardec
Meu Deus, permiti aos Bons Espíritos me livrarem dos Espíritos malfazejos que se ligaram a mim. Se é uma vingança que eles pretendem exercer, em conseqüência dos males que lhes tenha feito outrora, vós o permitiste, meu Deus, e eu sofro por minha própria culpa. Possa o meu arrependimento me fazer merecer do vosso perdão e da minha liberdade!
Mas, seja qual for o motivo, suplico a vossa misericórdia para eles. Facilitai-lhes, Senhor, a senda do progresso, de que se desviaram pelo pensamento de fazer o mal. Possa eu, de meu lado, retribuindo-lhes o mal com o bem e encaminhá-los a melhores sentimentos.
Mas sei também ó Meu Deus, que são as minhas imperfeições que me tornam acessíveis às influências dos Espíritos Imperfeitos. Dai-me a luz necessária para reconhecer as minhas imperfeições; e afastai sobretudo o meu orgulho, que me torna cego aos meus defeitos. Como deve ser grande a minha indignidade, para que seres malfazejos me possa dominar.
Rogo a Deus, meu Pai todo Poderoso, fazei com que esse domínio desferido na minha vaidade me sirva de lição para o futuro; que me fortaleça na decisão de depurar pela prática do bem, da caridade e da humildade, a fim de que possa opor, daqui por diante, uma barreira ao ataque das más influências.
Senhor, dai-me a força de suportar esta prova com paciência e resignação!
Compreendo que, como todas as demais provas, ela deve contribuir para o meu adiantamento, se eu não comprometer os seus resultados, com as minhas lamentações, pois ela me oferece uma oportunidade de demonstrar a minha submissão, e de praticar a caridade para com os irmãos infelizes, perdoando-lhes o mal que me tenham feito.