De acordo com o Espiritismo, o que é preciso para um espírito se manifestar? Por que algumas famílias recebem cartas psicografadas e outras não?
O que é preciso para um espírito se manifestar
Em ‘O Livro dos Médiuns‘, Allan Kardec ressalta que ‘para que que um espírito possa comunicar-se, preciso é que haja entre ele e o médium relações fluídicas, que nem sempre se estabelecem instantaneamente’. Ou seja: ‘só à medida que a faculdade se desenvolve, é que o médium adquire pouco a pouco a aptidão necessária para pôr-se em comunicação com o espírito que se apresente’.
‘Pode dar-se, pois, que aquele com quem o médium deseje comunicar-se, não esteja em condições propícias a fazê-lo, embora se ache presente’. Entretanto, ‘também pode acontecer que não tenha possibilidade, nem permissão para acudir ao chamado que lhe é dirigido’.
Retomada ao espiritual
Por exemplo: um espírito que está em um processo de reaprendizado, de aceitação da sua nova condição. Caso fosse autorizado a se comunicar, teria um impacto emocional que prejudicaria sua caminhada.
Em outras palavras, citando Chico Xavier, a saudade é uma dor que fere nos dois mundos. Não há dúvida, mas podemos orar em intenção do ente querido e estaremos fortalecendo o laço de amor, apesar da distância e da comunicação que desejamos naquele momento.
Psicografia
As cartas consoladoras certamente acalentam os corações de muitas famílias em luto, sem ainda a aceitação da continuidade da vida no mundo espiritual. Mas tudo tem um momento particular e certo para ocorrer. Caso contrário, o livre-arbítrio de sentimentos, ações e provas seriam alterados.
Em conclusão: o luto precisa ser vivido, se necessário com o choro. Afinal, cada um sabe a dor que carrega. O que precisamos alimentar em nosso coração é a gratidão do tempo material passados juntos. E que esse laço permanece, entretanto agora de uma maneira que nem todos somos capazes de ainda compreender.
Muitas vezes, mesmo que não recordamos do sonho, acordamos com o sentimento acolhedor. Recordando vagamente de um ente querido. E aquela lembrança doce nos traz paz. Que seja por alguns instantes. Nos traz paz e uma pontinha de aceitação que a vida continua do outro lado. E isso é o começo do amor que ultrapassa todas as fronteiras.