O que o Espiritismo explica sobre a chamada visão extática? Existe alguma relação com a emancipação da alma?
O que são as visões extáticas, de acordo com o Espiritismo
Na Revista Espírita, edição de janeiro de 1858, Allan Kardec cita três tipos de visões que podem ocorrer durante o estado de sonho: visões sonambúlicas, de dupla vista e extáticas. No primeiro caso, acontecem durante o sonambulismo natural incompleto. A segunda, em estado de vigília.
No terceiro caso, ocorre com a emancipação da alma. Kardec cita como exemplo o caso de um conhecido, residente em Paris, que enquanto caminhava, ‘a multidão desapareceu dos seus olhos’. Em seguida, sem sentir mais o corpo, foi ‘como que transportado e vejo distintamente um navio entrando no porto de Havre‘.
Cais
Ele relatou o atracar do ‘Clémence’ ao cais, ‘distinguindo claramente os mastros, as velas, os marinheiros e os mais minuciosos detalhes, como se lá estivesse’. Depois, através de um telegrama, recebeu a notícia do que já tinha relatado, confirmando ‘a entrada na mesma hora em que eu o tinha visto’.
Outro relato é de uma filha que teria recebido a visita da mãe enquanto sofria convulsões, se contorcendo no sótão. Era o momento que a mãe desencarnava, em outra localidade.
Emancipação da alma
Em conclusão: a emancipação da alma escapa ‘momentaneamente de seus tentáculos materiais’. Ou seja, transportando ‘para além da esfera da atividade corporal’. Assim, no primeiro caso, ‘provável que a alma da mãe veio procurar a filha para avisá-la de sua morte’. Mas no segundo ‘foi o navio que veio encontrar’ o médium.
Portanto, de acordo com a Federação Espírita Brasileira (FEB), ‘nas ocorrências de emancipação da alma o espírito se desprende parcialmente do corpo’. Assim, ‘mais livre, mais independente ou mais emancipado, e, por si, presencia ou participa de acontecimentos em ambas as dimensões da vida’. Dessa forma, ‘consegue entrar em contato com espíritos, encarnados ou desencarnados’.