Como funcionava a Farmácia Espírita Esperança e Caridade, do médium Eurípedes Barsanulfo, sob orientação de Bezerra de Menezes, no início da década de 1900?
Farmácia Espírita, sob orientação de Bezerra de Menezes
De acordo com biografia do médium mineiro, de Sacramento, publicada pela União Espírita Mineira (UEM), ‘a farmácia contava com laboratório próprio e Eurípedes adquiria os medicamentos homeopáticos e o instrumental necessários nas melhores firmas especializadas do ramo, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em nenhuma de suas atividades visava retorno pecuniário’.
Em outras palavras, a manutenção dependia de doações e do salário do próprio médium. Milhares de cartas chegavam de diferentes regiões do Brasil, solicitando medicamento para variadas enfermidades. ‘E, em cada uma, Barsanulfo apunha receitas ou orientações de Bezerra, conforme a circunstância. Diariamente, eram enviados, para numerosas cidades do território nacional, pelos Correios, sob registro, centenas de remédios manipulados na farmácia’. Segundo a Federação Espírita Brasileira (FEB), a farmácia funcionou durante 15 anos.
Bezerra de Menezes
Ficou conhecido como ‘Médico dos Pobres’, deixando um legado imprescindível de amor e doação ao próximo – desencarnou aos 68 anos, em 1889, no Rio de Janeiro, onde chegou a ser escritor, jornalista, filósofo e político.
No plano espiritual, ampliou esse trabalho. A irradiação do seu ser auxilia e orienta inúmeros médiuns e casas espíritas no Brasil, um nome referência mais de um século após seu retorno para o plano espiritual.
Eurípedes Barsanulfo
Em 1904, o médium recebeu um ‘chamado’ do espírito Vicente de Paulo, santo da Igreja Católica desde 1737. Em seguida, comunicou seu afastamento do movimento católico, se dedicando à Doutrina Espírita. O fenômeno da bicorporeidade que produzia, conseguindo se materializar em diversos locais enquanto seu corpo físico estava em repouso, marcou sua trajetória no Espiritismo.
Retornou ao plano espiritual aos 38 anos, em 1° de novembro de 1918, vítima da Gripe Espanhola.