Espiritismo: comunicação utilizando uma cesta

Como foi o início da comunicação dos espíritos, fenômeno que despertou a curiosidade de Allan Kardec, abrindo caminho para a criação do Espiritismo? Como ocorreu a indicação do uso do lápis, ao invés das pancadas das chamadas mesas girantes?

Espiritismo: comunicação utilizando uma cesta

Allan Kardec, na introdução de ‘O Livro dos Espíritos‘, conta que a comunicação espiritual através das pancadas das mesas girantes era ‘demorado e incômodo’. Portanto, o espírito comunicante indicou uma espécie de adaptação para lápis, cesta ou outro objeto.

‘Colocada em cima de uma folha de papel, a cesta é posta em movimento pela mesma potência oculta que move as mesas. Mas, em vez de um simples movimento regular, o lápis traça por si mesmo caracteres formando palavras, frases, dissertações de muitas páginas’. E de maneira abrangente: ‘sobre as mais altas questões de filosofia, moral, metafísica, psicologia etc., e com tanta rapidez quanta se escrevesse com a mão’.

Evocação

Esse conselho, especificamente, foi dado pela Espiritualidade, de maneira simultânea, em diversos países, a exemplo da França, e também na América. A primeira condição dos espíritos, dada em 10 de junho de 1853 em Paris, foi a seguinte, ainda de acordo com Kardec: ‘vai buscar, no aposento ao lado, a cestinha’.

Em seguida, ‘amarra-lhe um lápis; coloca-a sobre o papel; põe-lhe os teus dedos sobre a borda’. Nas palavras de Kardec, ‘alguns instantes após, a cesta entrou a mover-se e o lápis escreveu, muito legível, esta frase: ‘proíbo expressamente que transmitas a quem quer que seja o que acabo de dizer. Da primeira vez que escrever, escreverei melhor’.

Mediunidade

Mas isso só pode acontecer com a atuação e doação de médiuns. ‘Meios ou intermediários entre os espíritos e os homens’. Em outras palavras, ‘as condições que dão esse poder resultam de causas ao mesmo tempo físicas e morais, ainda imperfeitamente desconhecidas’.

Entretanto, ‘há médiuns de todas as idades, de ambos os sexos e em todos os graus de desenvolvimento intelectual’. Mas pondera que se trata de uma faculdade que se desenvolve pelo exercício.

Daniel Polcaro: