Educação, respeito e harmonia no lar, por Divaldo Franco

Cada dia a violência torna-se mais constante e perversa, atingindo índices insuportáveis.

Todo o sentido ético da existência humana vem desaparecendo para dar lugar à agressividade, ao desrespeito aos códigos do dever e do respeito que nos devemos todos uns aos outros.

As estatísticas sobre o comportamento primitivo são alarmantes, inclusive, na intimidade doméstica, na qual não vigem a consideração nem a compreensão entre pais e filhos, irmãos e demais membros da família.

O femicídio covarde assusta e a cada dia aumenta na razão direta em que se avolumam os desequilíbrios de toda ordem, inclusive, de natureza sexual, que se fazem naturais na sociedade.

A mulher, quase sempre desrespeitada, vem sofrendo tratamento incompatível com os princípios da cultura e da civilização.

Nas escolas confundem-se as más condutas de alguns mestres despreparados para o mister assim como de alunos deseducados e cínicos que se agridem reciprocamente, assim como aos professores, especialmente femininos.

A desordem reina de maneira assustadora e as pessoas estão praticamente armadas uma contra as outras, demonstrando nas feições carrancudas, os tormentos íntimos que as afligem e descaracterizam.

Sem dúvida, vivemos momentos muito graves na infeliz civilização dos nossos dias, nos quais, o amor e a honra perderam o significado, estimulando os valores insensatos do aventureirismo.

Há uma necessidade urgente de reorganizar-se o lar, de voltar-se para os costumes retos e as famílias equilibradas, reconstruindo-se o ninho doméstico e tornando-o essencial para uma existência feliz.

Narra-se que oportunamente o jovem Edison entregou à genitora uma carta que o seu professor encaminhara-lhe.

Indagada sobre o conteúdo ela explicou ao filho que se tratava de uma informação na qual o professor explicava-lhe ser necessário que ela mesma educasse e instruísse o filho, por ser ele portador de inteligência brilhante e de muitos valores morais que necessitavam ser trabalhados.

Edison, o criador da lâmpada elétrica entre outros notáveis descobrimentos, sensibilizou o mundo e o deslumbrou com as suas conquistas.

Após a desencarnação da mãezinha dispôs-se a arrumar papéis e outros objetos, havendo reencontrado a carta em uma gaveta.

Abriu-a e leu-a. Tomado de surpresa, constatou que a carta dizia exatamente o contrário do que a sua mãe lera: – Seu filho é um doente mental e não têm condições de frequentar a escola. Assim cancelamos sua matrícula.

A nobreza dessa senhora incomum transformara o diamante bruto em estrela luminosa que cl o mundo até hoje.

Ninguém mais nem melhor do que os pais para serem os primeiros educadores porque o lar é a primeira escola, no qual se corrigem as heranças morais negativas, as tendências nefastas, as paixões primitivas e mediante os exemplos de amor e de treinamento para o bem são desenvolvidos os sentimentos morais que jazem adormecidos.

O ser humano está fadado a conquistar as estrelas, mas necessita muito antes de autoiluminar-se, conhecendo as imensas possibilidades espirituais e morais que lhe jazem adormecidas no imo do ser.

Na convivência doméstica caldeiam-se as paixões que se transformam em fontes de bençãos e de plenitude.

Artigo de Divaldo Franco publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 28 de novembro 2019.

Daniel Polcaro: