O médium que ouve o espírito e passa a mensagem é da mesma categoria daqueles que falam (psicofonia)? O que Allan Kardec esclarece sobre essas duas categorias e suas principais diferenças?
Diferença de médium audiente e o falante
No livro ‘Obras Póstumas‘, Allan Kardec observa que os médiuns audientes transmitem o que ouvem, diferente dos falantes. ‘Com eles, o espírito atua sobre os órgãos da palavra, como atua sobre a mãos dos médiuns escreventes’.
Ou seja, ‘se exprime sem ter consciência do que diz’. Assim, fora do universo habitual da sua atual vida, fora do alcance da sua inteligência e conhecimento. Por isso, inúmeros casos de médiuns com pouca escolaridade se expressando com enorme eloquência.
Lembranças
‘Se bem esteja perfeitamente acordado quando exerce a sua faculdade, raro é que o médium falante guarde lembrança do que disse’. Porém Allan Kardec ressalta que a passividade não é integral. ‘Alguns há que têm intuição do que dizem, no próprio instante em que proferem as palavras’.
Afinal, o médium tem a responsabilidade com sua faculdade e o trabalho. Portanto, principalmente diante de uma plateia, deve permitir apenas o que será necessário para o atendimento de um irmão em necessidade. Caso contrário, não há seriedade no trabalho de socorro e também de evangelização.
Direção espiritual
Toda casa espírita possui uma direção espiritual, responsável pela triagem de irmãos desencarnados que precisam de atendimento e também pela proteção energética. Afinal, o centro espírita trata-se de um hospital espiritual, inclusive para os encarnados, que levam – até de maneira inconsciente – suas companhias espirituais nas sessões.
Mas as manifestações mais delicadas possuem a privacidade necessária através das sessões de desobsessão. Quando não é aconselhado a presença do público, pois lida-se com uma energia que pode contaminar quem não está preparado para socorrer irmãos em aflições, que precisam de encaminhamento e esclarecimento.