Senhor Deus, Pai de todos os que choram, busco-Te hoje em favor daqueles que sofrem e se desesperam diante das vicissitudes da vida.
Por todos aqueles meus irmãos que estão nas ruas e que passam fome, sede, frio, medo, abandono.
Rogo que os mantenhas sob Tua proteção, mas olha também por mim que nada ou pouco fiz para auxiliá-los em suas necessidades maiores.
Rogo Teu bálsamo a todos os enfermos, que, em suas casas ou nos hospitais, tanto necessitam de lenitivo para os seus sofrimentos.
Mas volta-Te ainda para mim que, servindo-me da desculpa da falta de tempo, nunca os fui visitar e levar o consolo de uma presença amiga.
Bondoso Pai, rogo que olhes por todas as crianças e idosos abandonados, imersos em sua solidão e carentes de atenção, de carinho, de amor.
Entretanto, volta igualmente os Teus olhos a mim, que, egoísta, nunca doei a eles um pouco do meu tempo, da minha dedicação e do meu interesse.
Peço ainda a Tua infinita misericórdia em favor de todos aqueles meus irmãos que estagiam no mal, no mundo da violência e das drogas e que hoje sofrem as consequências de suas más escolhas.
Porém, rogo antes por mim que, muitas vezes, sem poder ou querer ajudá-los, ainda os julguei, colocando-me em patamar superior e esquecendo-me de que, de uma forma ou de outra, todos ocorremos em erro durante o caminho que nos leva à perfeição.
Suplico, ainda, Tua consolação aos que perderam o sentido da vida, a vontade de viver, a esperança de um amanhã melhor, a fé que fortalece e dá coragem.
Todavia, olha do mesmo modo por mim que, bebendo diariamente em Tua fonte de consolação, não fui capaz de oferecer minha mão amiga àqueles que dela necessitavam.
Assim sendo, ilumina-me, bondoso Pai, pois sou o mais necessitado de todos. Tenho o alimento e não o compartilho. Tenho a água e a coberta e não mato nem a sede e nem o frio do meu semelhante.
Disponho das condições materiais e não as utilizo em benefício dos menos favorecidos. Tenho a oportunidade diária de gerar modificações em tudo à minha volta e entrego-me a reclamações e dissabores desnecessários.
Olha por mim, meu Deus, que tenho dinheiro e sou pobre, que tenho saúde e sou enfermo, que tenho conhecimento do bem e não o pratico, que digo ter fé e vacilo, que tenho luz e não enxergo.
Olha por mim, meu Deus!
Deus, o Senhor da vida, auxilia Suas criaturas através das próprias criaturas. Não nos esqueçamos de que nós, sem exceção, fazemos parte desse processo.
Não esperemos e nem deixemos para amanhã aquilo que está em nossas mãos fazer hoje. Não percamos nenhuma oportunidade sequer de praticarmos a caridade. Aqui estamos, a exemplo de Jesus, para servir e não para sermos servidos.
Sintamo-nos responsáveis uns pelos outros, pois somente assim poderemos entender, como irmãos, a máxima do Cristo: Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.
Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 25, ed. FEP.