As verdades eternas da sua vida

CORREIO ESPÍRITA | Djalma Santos

“É muito importante que o homem possa recolher no silêncio e na solidão de sua alma, fazendo crescer dentro de si imagens que o arrebatam para as regiões sublimes do infinito de Deus.”

Se o homem pudesse observar com mais nitidez o que ocorre ao seu derredor, pouco a pouco as verdades eternas que tanto procura lhes seriam mostradas, mas o fato real é que ele sempre duvida de tudo, preferindo viver ao sabor dos acontecimentos, que quando são favoráveis lhes proporcionam prazer, e quando são contrários o levam ao desespero e a angústia, porque esse homem imediatista não tem uma estrutura rígida para aguentar os “trancos” que certamente chegam e, somados à sua intolerância mental, lhe proporciona dores e sofrimentos. E mesmo quando acredita em Deus, o homem geralmente quer que o criador avalize o seu comportamento para o bem ou para o mal, como se a divindade fosse responsável direta pelo seu destino.

No Evangelho de Jesus consta uma série de parábolas deixadas por Jesus; e sem dúvida, a Parábola dos Trabalhadores de Última Hora, em que Jesus conta a história de um senhor que, querendo edificar uma obra, procura trabalhadores para tal fim, iniciando-se um período de apresentação dos voluntários, com uns chegando de imediato, outros pouco depois, e finalmente os atrasados, que segundo o Cristo teriam o mesmo direito daqueles que se apresentaram logo depois do início do empreendimento.

Em outra passagem bíblica, Jesus afirma categoricamente o seguinte: “Eu sou o bom pastor, e o bom pastor jamais abandona suas ovelhas, pois quer todas no seu redil“; asseverando ainda que nenhuma de suas ovelhas se perderá. Podemos deduzir dessas assertivas, que todos os habitantes do nosso Planeta terão chances iguais, pela eternidade afora; mesmo porque o espírito imortal não pode ser destruído, e a única maneira de lidar com os maus, os perversos, cruéis e empedernidos é ressocializá-los, trazendo-os de novo para o meio social em que todos nós vivemos, como família universal que somos.

Vivemos num sistema de solidariedade, em que o maior terá sempre que ajudar o menor, fazendo com que o homem passe a conhecer a si mesmo; a ter consciência das energias íntimas que possui em estado latente, mas que só se afloram se houver esforço e boa vontade da parte dele. Obedecendo às Leis Divinas que regem a vida cósmica, o homem deve trabalhar com coragem e determinação para se engrandecer com dignidade, em saber, critério, moralidade, porque esse é o seu verdadeiro destino: avançar na direção das estrelas do infinito do Criador.

Tudo aquilo que já vivemos fica arquivado nos substratos da nossa consciência imortal, numa zona que podemos denominar como sendo o nosso ”subconsciente”, em que tudo se conserva pronto para ressurgir tão logo haja um impulso ou excitação, ou ainda quando um fato importante o reclame. O subconsciente é a zona dos instintos, das ideias inatas e das qualidades adquiridas, e está intimamente ligado ao consciente, que é o nosso presente, ou seja, o aqui e agora, ou o momento exato em que estamos vivendo. Temos ainda o “supraconsciente”, que corresponde ao nosso futuro, ou aquilo que ainda vamos viver, mas que muitas vezes se delineia como se fosse real, pois consta de nossos planos, desejos, ambições e ideias do futuro.

A necessidade da luz interna que cada um ser humano terá que conquistar, se faz sentir de um modo imperioso, e uma transformação imensa se opera no seio das sociedades humanas, e isso se verifica na solidariedade entre as nações, entre os povos e principalmente entre as pessoas, que aspiram cada vez mais a liberdade de movimento e de opinião. Na medida, porém, que as Instituições Públicas se multiplicam, os cultos religiosos são esquecidos, devido à ânsia pelo prazer imediato que ainda perdura em milhares de corações. A necessidade da prece, do silêncio, do recolhimento, e principalmente do “Culto no Lar”, independentemente da religiosidade que se professe, é um imperativo biológico e espiritual, a fim de dar ao homem terreno uma blindagem interna, sem a qual dificilmente sairá vitorioso nessa caminhada evolutiva.

Daniel Polcaro: