Alimentação carnívora ou vegetariana? | UMA VISÃO ESPÍRITA

FÓRUM ESPÍRITA | Adão de Araújo

Sobre o atualíssimo tema alimentação carnívora ou vegetariana a RIE, Revista Internacional de Espiritismo, edição de Janeiro de 2017, apresenta interessante matéria da qual reproduzimos a seguir alguns trechos:

” (…) Estamos passando por um período de profundas e felizes mudanças, no que concerne ao comportamento e postura do ser humano em relação ao próprio homem, e também em relação à questão da defesa dos animais e da natureza de um modo geral. Mudanças de hábitos alimentares e comportamentais vêm ocorrendo de forma crescente nos dias atuais (…) Assim sendo, acreditamos que caiba ao Movimento Espírita estudar com mais carinho e compaixão a questão do consumo de cadáveres de nossos irmãos.

O termo cadáver desmitifica e palavra carne que é utilizada para designar os pedaços de tecidos de irmãos menores que colocamos em nossos pratos. Essa denominação tem por objetivo nos iludir e principalmente nos afastar do raciocínio que nós espíritas, devemos aplicar sobre as questões do comportamento humano.

A palavra carne, utilizada para designar alimento, afasta totalmente a ligação que existe entre o pedaço de tecido animal colocado no prato, do ser vivo pensante, senciente, com sentimentos e percepções muito próximos dos nossos, tais como: amor, ternura, compaixão pelos semelhantes, medo, anseio de liberdade, convívio social, dor, dentre dezenas de outros pontos de conexão entre nós e os animais que devoramos avidamente.

DECLARAÇÃO DE CAMBRIDGE

Pesquisas científicas vêm demonstrando a realidade psíquica de várias espécies de animais como na Declaração de Cambridge sobre a consciência animal … Bois, galinhas e porcos, os três principais grupos dos quais o ser humano se alimenta possuem capacidade cognitiva e sentimentos como medo, compaixão e total noção do mal que está sendo cometido contra eles.

Outro aspecto importante é que ao nos alimentarmos dos animais contribuímos para que estes tenham uma existência de escravidão, sofrimento e morte.

A FOME NO MUNDO

Contribuímos também para perpetuar a fome de outros seres humanos no mundo todo. Consumir cadáver de animais é o meio mais elitista e menos sustentável de se alimentar. Cerca de 45% da área terrestre está ocupada para criação de animais. Para produzir um hamburguer são necessários 2.550 litros de água. Podemos utilizar 1,5 acres de terra para produzir 18 toneladas de alimentos vegetais, ou podemos utilizar essa mesma área para produzir apenas 170 quilos de carne. Para satisfazer a volúpia por carne que domina a maioria da população mundial, assassinamos todos os anos o número inacreditável de 56 bilhões de animais terrestres, sem contar com os seres aquáticos (peixes, camarões, lagostas, etc.) cujo número é ainda maior.

Cinquenta e seis bilhões anuais! Esse é o número do maior e mais oculto genocídio do Planeta, ignorado pela maioria da população.

BONDADE DIVINA

Seria duvidar da bondade de Deus imaginar que o clamor desses bilhões de irmãozinhos não tenha chegado até Êle. A verdade é que os animais olham para o homem esperando encontrar amigos, amparo e orientação, mas encontram mãos empunhando o cutelo e a faca a rasgar suas gargantas e entranhas, lâminas em brasa a cortarem seus bicos e armas de choque a empurrá-los para a morte.

Como podemos esperar que algumas mulheres não cometam o infanticídio do aborto, se trituramos vivos diariamente bilhões de pintinhos machos, simplesmente porque não são úteis à indústria dos ovos.

Como esperar que homens não estuprassem mulheres, se diariamente estupramos milhares de vacas, inseminando-as artificialmente para que engravidem, produzam leite e ao darem luz seus filhotes sejam retirados de seus cuidados e trancados em baias minúsculas e assim não criem músculos para que, dentro de alguns meses, sejam assassinados para termos em nossos pratos a famosa carne de vitelo. E o que falar do tal churrasco de terneiro?

O BOM EXEMPLO DOS ESPÍRITAS

Se nós espíritas, através do exemplo, não levantarmos a bandeira da defesa dos direitos dos animais – como faz o veganismo -. que é inseparável dos direitos do homem, quem fará? Qual instituição religiosa?

Se nós espíritas, através do exemplo, não levantarmos a bandeira de uma alimentação mais compassiva, neutra de crueldade, rica em compaixão e igualdade, como são as dietas vegetarianas, quem fará?

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Daniel Polcaro: