Kate Fox foi mais que precursora do Espiritismo. Aliás, ainda detém uma das mais ricas listas de fenômenos mediúnicos, sendo base de apoio para as obras de Allan Kardec.
A mão luminosa em sessão espírita de Kate Fox
No livro ‘A História do Espiritualismo’ (1926), Arthur Conan Doyle publica testemunho do professor William Crookes acerca de sua participação de sessão com Kate Fox. ‘As duas mãos da médium estavam seguras por uma das minhas, enquanto seus pés se apoiavam nos meus. Com minha mão livre segurava um lápis’.
‘Havia papel na mesa diante de nós. Mão luminosa desceu do alto da sala e, após flutuar junto de mim por poucos segundos, pegou o lápis de minha mão, escreveu rapidamente numa folha de papel, largou o lápis e, em seguida, erguendo-se sobre nossas cabeças, dissolveu-se pouco a pouco na escuridão’.
Editorial do The Times
Um dos mais importantes órgãos de imprensa dedicou um editorial sobre o Espiritualismo. Em 24 de novembrod e 1871, representante do jornal participou na Inglaterra de sessão de Kate Fox. ‘Muitos leitores sensatos talvez imaginem que lhes devamos desculpas por abrir nossas colunas a matéria tão contravertida quando o Espiritualismo e, assim, colocar em discussão assunto que deveria ser de pronto rejeitado como impostura ou ilusão’.
‘A impostura, contudo, precisa ser desmascarada, enquanto as ilusões populares, mesmo absurdas, são, com frequência, muito importantes para serem negligenciadas pela parcela mais sábia da humanidade. Haveria, no caso, como dizem os advogados, algo para ser levado ao júri? Ora, de um lado, abundam as supostas experiências, dificilmente suscetíveis de serem aceitas como provas – a par de poucos depoimentos de características mais notáveis ou impressionantes – ; de outro, temos muitas histórias de impostores condenados, e outros tantos relatos de descobertas de fraude e desapontamentos, como seria de se esperar’.
‘Fortes golpes’
O representante do jornal narrou que Fox convidou-o não apenas a permanecer ao seu lado durante a sessão, mas também segurar suas mãos.
‘Assim fazendo – narra ele -, ‘ouviram-se fortes golpes, como se fossem dados com o punho, os quais pareciam surgir da moldura da porta. Foram eles repetidos inúmeras vezes, por solicitação nossa’. Disse ainda ter realizado todos os testes que lhe vieram à mente; que tanto a Srta. Fox quando o Sr. Home [amigo de Fox, que participou da sessão] lhe proporcionaram todas as oportunidades de exame, e que as mãos e os pés de ambos foram mantidos presos’.
Quem são as Irmãs Fox
Kate, Leah e Maggie Fox foram percursoras do chamado, nas palavras da FEB, do Moderno Espiritualismo Ocidental. As mesas girantes tiveram início em 31 de março de 1848, praticamente 9 anos antes da primeira obra de Allan Kardec, ‘O Livro dos Espíritos’.
Wagner de Assis dirige a gravação de mais um filme com temática espírita. Desta vez, a história das Irmãs Fox, que ficaram conhecidas pelo fenômeno das mesas girantes.
Na introdução de ‘O Livro dos Espíritos‘, Allan Kardec observa que a movimentação de objetos ‘parece ter sido notado primeiramente na América’. Mas que ‘a História prova que ele [o fenômeno] remonta à mais alta antiguidade’.
Ocorrendo ‘rodeado de circunstâncias estranhas, tais como ruídos insólitos, pancadas sem nenhuma causa ostensiva’. Assim, se propaga ‘rapidamente pela Europa e pelas outras partes do mundo’. E completa que, diante da ‘multiplicidade’ das ocorrências, a incredulidade acabou desaparecendo’.
O filme brasileiro que vai contar a história das Irmãs Fox
‘Há uma relevância enorme em ver como, desde aqueles tempos, temos algumas coisas que não mudam: as mulheres pioneiras, um mundo em busca de respostas para suas questões mais profundas – de onde viemos, para onde vamos, qual o sentido de nossas vidas – assim como erros e acertos com questões espirituais’, observa o diretor. As gravações tiveram início em 6 de novembro em fazendas no interior do Rio de Janeiro e cidades antigas dos Estados Unidos, de acordo com a Federação Espírita Brasileira (FEB).
‘Vamos filmar o início do que o escritor Arthur Conan Doyle batizou de ‘uma invasão organizada’ dos espíritos. Só que essa invasão teve um preço que resulta na incrível história épica dessas mulheres. O filme é, também, uma retratação histórica que destaca o valor e esforço delas por uma causa humana e espiritual em função de um mundo melhor’.
Participação de espíritos no casamento de Kate Fox
No livro ‘A História do Espiritualismo‘ (1926), Arthur Conan Doyle relata que o casamento de Kate Fox com o advogado londrino H. D. Jencken registrou atividades espirituais. Segundo o periódico ‘The Spiritualist’, ‘os espíritos também participaram da festa, pois, durante o banquete do casamento, ouviram-se fortes batidas, provenientes de diversos pontos da sala, enquanto a larga mesa, em que se encontrava o bolo nupcial, se erguia repetidas vezes’.
O autor descreve os fenômenos atrelados a Kate Fox. ‘Sua mediunidade manifestava-se por batidas – frequentemente de grande intensidade -, luzes espirituais, escrita direta e aparecimento de mãos materializadas. Materializações completas por seu intermédio, eventuais na América, foram raras na Inglaterra. Às vezes objetos da sala de sessão eram movidos pelos espíritos e, em alguns casos, trazidos de outra sala [transporte de objetos]’.
No ‘Livro dos Espíritos’, Kardec pondera que apesar das ‘mesas girantes’ terem registro marcante na América, ‘remonta à mais alta antiguidade’. Em outras palavras, ‘rodeado de circunstâncias estranhas, tais como ruídos insólitos, pancadas sem nenhuma causa ostensiva’.
Assim, se propaga ‘rapidamente pela Europa e pelas outras partes do mundo’. E completa que, diante da ‘multiplicidade’ das ocorrências, a incredulidade acabou desaparecendo’.
Em conclusão, abrindo campo fértil para Allan Kardec. Pois através do despertar da curiosidade da sociedade, a divulgação dos fenômenos aumentou consideravelmente. Dessa forma, passa a ser possível distinguir os fenômenos reais dos falsos. Em seguida, a Espiritualidade se manifesta através das obras básicas do codificador.