A história do médium que pintou 300 quadros na Segunda Guerra

O bombeiro hidráulico Fleury-Joseph Crépin nasceu em 1875 em Calais, na França. Aos 63 anos, inspirado por espíritos, começou a pintar quadros. O médium realizou 345 pinturas em apenas 9 anos. Mas 300 delas foram produzidas durante a Segunda Guerra, a último delas exatamente em 5 de maio de 1945, a data do fim do conflito.

Médium foi inspirado para pintar 300 quadros durante a Segunda Guerra Mundial

A exposição ‘Esprit es-tu là’, algo como ‘Tem alguém aí?’, no Museu Maillol, de Paris, conta a história do Espiritismo, desde o século 19, através de 100 quadros pintados por espíritos.

O início da pintura mediúnica parte de três artistas franceses: Augustin Lesage (1876-1954), Victor Simon (1903-1976) e Fleury-Joseph Crépin (1875-1948). Todos trabalhadores comuns, considerados autodidatas, que pegaram pincel e lápis após serem inspirados por espíritos.

A missão de paz do médium durante a Segunda Guerra

Em reportagem sobre a exposição, a RF1 afirma que ‘todos eram imbuídos de uma missão de paz’. Mas o caso mais exemplar é o de Fleury-Joseph Crépin, que recebe do além a encomenda de pintar, durante a Segunda Guerra Mundial, 300 quadros’.

Em seguida, produziu outras 45 obras. Ou seja, um feito incrível para quem nunca estudou artes e sem intimidades com o pincel e a tela: 345 quadros em apenas 9 anos.

‘Há realmente uma dimensão de deslumbramento nesses artistas. Uma das frases de Simon que citam na exposição é: ‘vá buscar a centelha da inspiração no fundo de sua alma’. É realmente muito surpreendente’, comenta o curador Christophe Boulanger.

Ouvindo vozes

‘Lesage trabalhava na mineração quando ouve vozes em 1912. Até então, ele nunca tinha tido nenhuma produção artística. Simon também era mineiro’, contou ao UOL a curadora da mostra, Savine Faupin. Ou seja, todos viviam caminhos distintos das cores. Mas abraçaram a missão.

‘Na época que ouve as vozes, em 1933, trabalhava em um bar e, como Lesage, nunca tinha pintado nada antes. Crépin era bombeiro hidráulico quando em 1939 as vozes dizem que ele vai ser artista plástico’.

A simetria, assim como os ornamentos, são características marcantes dos três artistas principais da exposição.

No Brasil, a pintura mediúnica de Luiz Gasparetto

Embora existam inúmeros exemplos, o brasileiro passou a conhecer a prática em 1993. Em rede nacional, com entrevista do médium Luiz Gasparetto a Jô Soares. Ao vivo, pintou vários obras inspiradas por espíritos de grandes nomes das artes.

Para o Espiritismo, esse tipo de mediunidade tem semelhança com a psicografia, mas através da mensagem visual. De acordo com Chico Xavier, a prática é uma foram de divulgar a mensagem de Jesus. Assim, oferecendo conhecimento do mundo espiritual a mais pessoas.

Daniel Polcaro: