De acordo com o Espiritismo, qual a diferença da psicografia e da chamada espiritografia? Quais as características básicas desse tipo de comunicação de escritores, mentores e entes queridos que se encontram no mundo espiritual?
A diferença entre espiritografia e psicografia
Allan Kardec, na Revista Espírita, edição de janeiro de 1858, observa que ‘os espíritos transmitem, por vezes, certas comunicações escritas sem intermediário direto’. Ou seja, ‘os caracteres, neste caso, são traçados espontaneamente por um poder extra-humano, visível ou invisível’.
Esse fenômeno é chamado como espiritografia, para diferir de psicografia, quando a escrita necessita de um médium. ‘A diferença entre esses dois vocábulos é fácil de aprender. Na psicografia a alma do médium desempenha, necessariamente, um certo papel, pelo menos intermediário, ao passo que na espiritografia é o espírito que age diretamente, por si mesmo’.
Pela palavra
Ele ainda descreve a comunicação através da fala. Ou seja, ‘certas pessoas sofrem nos órgãos vocais a influência de um poder oculto que se faz sentir na mão daqueles que escrevem. Transmitem, pela palavra, o que outras transmitem pela escrita’.
‘As comunicações verbais, como as escritas, ocorrem algumas vezes sem intermédio corpóreo’. Assim, ‘palavras e frases podem ressoar aos nossos ouvidos ou em nosso cérebro, sem causa física aparente. Os espíritos podem, igualmente, aparecer-nos em sonho ou em estado de vigília, e dirigir-nos a palavra para nos dar avisos ou instruções’.
O que é a sematologia espírita
Há ainda, nos primórdios da codificação de Kardec, o fenômeno das mesas falantes. Em outras palavras, a comunicação espiritual através de batidas, de golpes em objetos, ‘sem nenhum movimento aparente e sem causa ostensiva’.
Ainda naquela edição da Revista Espírita, Kardec aconselha o banimento da expressão de ‘mesas falantes’ ou de ‘dança das mesas’. ‘Porque se prestam ao ridículo, depois porque podem induzir em erro, fazendo crer, neste particular, que elas tenham uma influência especial’.