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O que esse vendedor de marmita fez para formar seu filho com paralisia cerebral?

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paralisia cerebral

RAZÕES PARA ACREDITAR

Os muitos anos de trabalho duro de Luís Antônio Garcia, de 60 anos, e sua mulher, Rosana Soares, 58, foram recompensados com uma importante conquista: a graduação tão desejada de Luiz Bichir, 30 anos, filho do casal, que possui paralisia cerebral.

“Seu Luís” ganha a vida vendendo comida na UnB, a Universidade de Brasília, e recentemente relatou a emocionante história de seu filho.

Depois de 10 semestres na universidade, Luiz concluiu a graduação do curso de história, no dia 22 de setembro. Com certificado de bacharel e de licenciatura, ele está pronto para atuar no mercado, de forma geral, e em sala de aula, como professor.

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Mas o caminho até o diploma não foi fácil. Seus pais moravam em Bertioga, São Paulo, quando o filho nasceu. Em 1993, decidiram mudar para Brasília, pois não tinham condições de pagar um  tratamento adequado para Luiz, já diagnosticado com paralisia cerebral.

Felizmente, através da rede pública, o casal conseguiu os tratamentos de que o filho precisava.

Em 2012, Luiz passou no vestibular de história, e viu o seu sonho começar a ser tornar realidade. Mas não foi fácil. No primeiro semestre do curso, as aulas aconteciam das 10h às 22h. Com pouca mobilidade física, ele precisava do auxílio do pai o tempo todo. Nessa mesma época, Rosana teve que voltar para São Paulo, porque sua mãe ficou muito doente.

Seu Luís passou a se dedicar totalmente ao filho e precisou parar de vender marmitas, piorando sua situação financeira. E esse não era o único problema: a distância até a UnB era grande, e os ônibus não tinham acesso a cadeirantes. Além disso, o elevador do Instituto Central de Ciências (ICC) não funcionava. De acordo com a universidade, o concerto é “uma das prioridades da Secretaria da Gestão Patrimonial”, mas ainda não há prazo para que o equipamento volte a funcionar, uma vez que a fase de licitação da obra ainda não foi finalizado.

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Apesar das dificuldades, eles conseguiram uma bolsa mensal no valor de R$ 465, e também contaram com o Programa de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais (PPNE).

“Ele tinha dois tutores para ajudá-lo. Um dava apoio dentro de sala e o outro gravava os textos”, conta Seu Luís ao explicar que o filho é disléxico, condição médica que dificulta a leitura.

Graças a essa ajuda, seu Luís conseguiu voltar a trabalhar. Como não queria ficar longe do filho, ele uniu o útil ao agradável e começou a vender marmitas na universidade. Nessa época, dona Rosana voltou de São Paulo e começou a ajudar no negócio.

A situação financeira deles melhorou e cinco anos depois, seus esforços deram frutos: Luiz se formou. No dia da colação de grau, seu Luís estava bastante emocionado e quis acompanhar o filho na hora em que ele recebeu o diploma.

“Estive com ele todos esses anos, queria estar nesse momento também”, disse.

Apesar da conquista, a família ainda enfrenta desafios. O recém-formado precisa fazer uma cirurgia de transplante de córnea para não ficar cego de um olho e por isso, eles precisarão voltar para Bertioga.

Mas Luiz está tranquilo. Com sede de conhecimento, ele ainda deseja concluir mais uma graduação e planeja entrar na Unicamp em breve, para cursar jornalismo.

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