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VISÃO ESPÍRITA

O batismo na visão espírita

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INSTITUTO BENEFICENTE CHICO XAVIER

 

1. BATISMO

– Mamãe, quero ser batizado.
–  Por que, meu filho?
– Meus amiguinhos, na escola, dizem que irei para o inferno!
E aí, como sair desta situação?   Diálogo como este, exprime as dificuldades de crianças cujos pais participam de movimentos religiosos onde não há o batismo, que, segundo a orientação ortodoxa, promove nossa reconciliação com Deus, após uma briga que não foi nossa.   O Espiritismo não alberga nenhum dogma, mas tem explicação racional para todos eles. Agora, pelo estudo sério e continuado das obras espíritas, o espírita, bem como simpatizante da doutrina espírita, bebe da fonte da libertação dos atavismos de inúmeras vidas passadas, de erros e escabrosidades.

batismo

2. ORIGEM E ETIMOLOGIA
Batismo – do grego bapto e baptismos significa ablusão, imersão, banho. É o nome que designa os ritos de iniciação em diferentes religiões e crenças. O ritual do batismo era uma prática muito difundida na Palestina. Provinha dos antigos mistérios da Grécia, do Egito, dos Essênios etc.   João Batista nada mais fazia do que usar esta prática para ajudar as pessoas a se modificarem. Usava a água em adultos, certo de que estes teriam compreensão para o arrependimento. Esse ato folclórico, simples e puro, foi transformado no culto cristão num processo mágico de purificação da alma, destinado a lavar a mancha do pecado original de Adão e Eva impregnada nas almas das crianças recém-nascidas.

3. NÃO BATIZAVAM CRIANÇAS
Na época só se batizavam adultos, porque eles tinham do que se arrepender e podiam analisar o certo e o errado para se renovarem moralmente. A Igreja Romana, com a falsa justificativa de “não ir para o céu”, adotou a prática de batizar a criança tão cedo quanto possível, ante a possibilidade de morrer prematuramente com a mácula do original pecado, o que seria desastroso para ela. Essa lamentável deturpação do batismo de João é uma grande injustiça.   E mais: Imaginemos Chico Xavier, Gandhi, Buda etc., chegando no mundo espiritual e alguém os recebendo e dizendo:   – Vocês fizeram muita caridade e seguiram a vontade de Deus, mas não poderão entrar no céu porque não foram batizados.   Onde estaria a justiça de Deus? Segundo Jesus: “A cada um segundo suas obras” ou cada um prestará contas de si para Deus, ou seja, cada um é responsável pelos seus atos, cada um receberá por aquilo que fez… seja batizado ou não!

batismo

4. PESSOAS pouco esclarecidas chegam ao extremo de dizer que o indivíduo que não se dispõe a aceitar Jesus, submetendo-se ao batismo, não é filho de Deus, mas uma simples “criatura”, algo equivalente a situá-lo como um bastardo no contexto da Criação. Um espanto!   Não era isso que João pretendia com o batismo, a imersão nas águas do rio Jordão. Ele ressaltava ser indispensável o arrependimento, o reconhecimento dos deslizes do passado para receber as bençãos que o mensageiro divino traria.   A imersão era precedida de uma confissão pública e da profissão de fé do iniciado, que se dispunha à renovação, combatendo as próprias mazelas. O batismo, portanto, era tão somente um divisor de águas, o marco de uma vida nova. A partir daquele momento o convertido dispunha-se a ser outra pessoa.   Quando perguntavam a João: “O que devemos fazer?” Ele respondia: “Produzir frutos sinceros de arrependimentos… Aquele que tem duas túnicas, dê uma ao que nenhuma possui… E quem tem o que comer, divida com o que passa fome.” (Lucas, cap. III).

5. O COSTUME de batizar não tem sua origem no cristianismo, pois nos relatos de diferentes seitas de povos da Antiguidade encontramos referências a banhos purificadores, aspersões e imersões que preparavam os crentes para o culto às suas divindades. Foi João quem deu início à prática do batismo entre os judeus de modo popular. Ele mergulhava esta criatura nas águas do Jordão, num ato simbólico de batismo, para anunciar a vinda do Cristo e convidar o povo a se arrepender dos seus pecados e, se propor a uma renovação moral. É o que fica evidente em passagens como estas: “Arrependei-vos, fazei penitência, porque é chegado o reino dos céus”; “Eu na verdade, vos batizo com água para vos trazer à penitência; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu, cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo”. Aqui, João Batista deixa claro que Jesus batizaria as pessoas não mais com   água, mas com o Espírito Santo e com o fogo.   O batismo de água empregado por João era simbólico, significando o arrependimento dos erros; o batismo de fogo simboliza o esforço para se melhorar; o de espírito santo simboliza alcançar a sintonia e o intercâmbio sutil com a espiritualidade superior.

6. PORTANTO, O batismo de fogo, pelo qual Jesus se mostrava ansioso, não era outra coisa senão a luta que os belos e nobres ideais do cristianismo precisou enfrentar, e continua enfrentando, para que os privilégios, a tirania e o fanatismo venham a desaparecer da face da Terra, cedendo lugar a uma ordem social fundada na justiça, na liberdade e na concórdia.   Ainda, o batismo do Espírito Santo é a assistência, a inspiração dos Espíritos purificados, concedidos pelo Cristo, em nome do Senhor, aos homens, que então as recebem mediunicamente e mesmo se comunicam com aqueles Espíritos nas condições e na proporção dos tipos de mediunidade que lhe são outorgados.   Os discípulos receberam o batismo do Espírito Santo no dia de Pentecostes, no Cenáculo de Jerusalém, onde, segundo os Atos dos Apóstolos, pela primeira vez, se registrou esse grandioso fato histórico do Cristianismo, em que houve derrame do Espírito na forma de línguas de fogo sobre os Apóstolos.

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7. CONSIDERAÇÕES DO ESPÍRITO EMMANUEL
Pergunta 298 do livro O Consolador –   Considerando que as religiões invocam o Evangelho de Mateus para justificar a necessidade do batismo em seus característicos cerimoniais, como deverá proceder o espiritista em face desse assunto?   “Os espiritistas sinceros, na sagrada missão de paternidade, devem compreender que ao batismo, aludido no Evangelho, é o da invocação das bênçãos divinas para quantos a eles se reúnem no instituto santificante da família.   Longe de quaisquer cerimônias de natureza religiosa, que possam significar uma continuação dos fetichismos da Igreja Romana, que se aproveitou do símbolo evangélico para a chamada venda dos sacramentos, o espiritista deve entender o batismo como o apelo do seu coração ao Pai de Misericórdia, para que os seus esforços sejam santificados no instituto familiar, compreendendo, além do mais, que esse ato de amor e de compromisso divino deve ser continuado por toda a vida, na renúncia e no sacrifício, em favor da perfeita cristianização dos filhos, no apostolado do trabalho e da dedicação”.

8. LÉON DENNIS, no livro Cristianismo e Espiritismo, atesta que “Os primeiros apóstolos limitavam-se a ensinar a paternidade de Deus e a fraternidade humama. Demonstravam a necessidade da penitência, isto é, da reparação das nossas faltas. Essa purificação era simbolizada no bastismo, prática adotada pelos essênios, dos quais os apóstolos assimilavam ainda a crença na imortalidade e na ressurreição, isto é, na volta da alma à vida espiritual, à vida do espaço.   Daí a moral e o ensino que atraíam numerosos prosélitos em torno dos discípulos do Cristo, porque nada continham que não se pudesse aliar a certas doutrinas pregadas no Templo e nas sinagogas.
Com Paulo e depois dele, novas correntes se formam e surgem doutrinas confusas no seio das comunidades cristãs. Sucessivamente, a predestinação e a graça, a diversidade do Cristo, a queda e a redenção, a crença em Satanás e no inferno, serão lançados nos espíritos e virão alterar a pureza e a simplicidade ao ensinamento do filho de Maria”.

9. BIBLIOGRAFIA:
1. Site http://www.ceismael.com.br/tema/tema019.htm
2. Revista Cristã de Espiritismo, nº 56.
3. DENNIS, Léon – Cristianismo e Espiritismo.
4. XAVIER, Francisco Cândido – Emmanuel – O Consolador.
5. XAVIER, Francisco Cândido – Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida FONTE: http://marcoaureliorocha5.blogspot.com.br/2010/05/o-batismo-na-visao-espirita.html

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