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Como encontrar a sua alma?

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CORREIO ESPÍRITA | Adilson Motta de Santana

As teorias freudianas apontam que grande parte do conteúdo da nossa mente encontra-se inconsciente enquanto apenas pequena parcela mantém-se consciente. Segundo o pai da Psicanálise, o material inconsciente é que nos impulsiona, motiva e dirige, muito mais que aquilo que está a nível consciente. Porém, o inconsciente não permanece todo o tempo escondido, ele dá mostras da sua existência e revela-se através de sinais que podem ser reconhecidos e interpretados por alguém treinado.

Tomando essas ideias psicanalíticas como comparação, nós não vemos a alma, mas, para nós espíritas e outros espiritualistas, ela existe e está aqui. É ela que pensa, sente, quer, se emociona, sofre, é triste ou feliz, resignada ou rebelde. Guarda todas as memórias presentes e passadas, configurando-se como o depósito de todas as vivências de outras encarnações e da atual.

O corpo é apenas o executor das vontades da alma, assim como o veículo através do qual ela se manifesta. Permanece oculta, mas é senhora de tudo. É dela que nascem as motivações, os desejos e as realizações. O corpo, que representa o aspecto consciente do ser, apenas expressa os impulsos anímicos no mundo das formas, agindo ainda como redutor das potencialidades da alma, adaptando aqueles à vibração e à estrutura da matéria.

A alma não permanece sempre encoberta. Aparece em determinados momentos, quando necessitamos de atenção para conseguirmos “enxergá-la”. Mais do que isso, ela se comunica e se estivermos desvestidos de preconceitos, podemos auscultá-la e decifrar a sua linguagem.

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A alma pode ser desvendada quando analisamos os fenômenos de emancipação, segundo a classificação de Allan Kardec. Nesses momentos, o Espírito se desprende do corpo e retoma a sua liberdade parcialmente. Manifesta os seus potenciais escondidos, impossibilitado que estava por causa da densidade do organismo físico. Assim, consegue comunicar-se através do pensamento, na telepatia; enxerga a distância e através de objetos opacos, transporta-se livremente pelo espaço, no sonambulismo; visita mundos espirituais trazendo de lá informações e conhecimentos mais avançados, no êxtase; produz a insensibilidade física e o entorpecimento dos sentidos, apesar de manter a consciência e a lucidez da mente, na catalepsia e na letargia.

Analisados com critério, todos esses fenômenos mostram a existência em nós de algo mais que a matéria física. Nesses, o indivíduo pensa, age e vê sem o auxílio dos sentidos físicos, significando a possibilidade de independência de uma parte de nós. E o que seria essa parte senão a alma imortal que, mesmo anulados os sentidos físicos, consegue atuar através das suas próprias faculdades?

Outro mecanismo utilizado pela alma para “conversar” conosco são os sonhos. Trata-se da linguagem da alma transformada em símbolos, truncada e fragmentada muitas vezes, reduzida ao nível vibratório cabível no aparelho encefálico, representando as suas andanças e vivências no mundo espiritual para onde se desloca sempre que o corpo afrouxa as suas ligações. Deixa escapar o seu mundo interior sob a forma de imagens que são registradas imperfeitamente pela memória física, servindo de material de análise para interpretação da mente inconsciente por psicólogos e terapeutas, sendo ainda o resultado de diálogos e incursões junto a outras almas e Espíritos que aprendem e crescem juntos, sofrem e choram, de acordo com o direcionamento que cada um imponha a si mesmo.

Sigamos em frente, amando e trabalhando no bem, diluindo as sombras que ainda habitam em nós, transformando-as através do esforço reflexivo, da caridade, da humildade e do perdão, a fim de nos purificar e fazer brilhar a nossa luz, conforme o enunciado de Jesus. Dessa forma, a alma que é subjacente ao corpo, que o comanda sob a sua vontade, o conduzirá equilibradamente no sentido do progresso espiritual.

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