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Brasil tem a única escola de ballet para cegos do mundo

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ballet para cegos

O TEMPO

O histórico do ufanismo nacional (no momento mais voltado, compreensivelmente, para hierarquizar os piores entre os piores) poderia exaltar, sem medo de errar, a Associação de Ballet para Cegos Fernanda Bianchini como a única escola no gênero no mundo.

A causa é das mais nobres, com desdobramentos de alto impacto sobre alunos e professores, como revela “Olhando para as Estrelas”, de Alexandre Peralta, em continuidade a um curta realizado em 2014 como trabalho de conclusão de curso de cinema na Universidade do Sul da Califórnia.

Para sintetizar o cotidiano, o desafio e as conquistas das alunas, foram escolhidas Geyza e Thalia, que, apesar de motivos diferentes para sua cegueira, compartilham com outras meninas o amor pela dança e o sonho de ser bailarinas. Elas sabem que terão pela frente todas as dificuldades de uma carreira, por si, extremamente árdua. Imagine-se para deficientes visuais. Mas é justamente através de um trabalho minucioso e harmonioso que meninas como Geyza e Thalia desenvolvem não só a autoestima como o conhecimento – de si mesmas e dos outros.

escola de ballet para cegos

A produção acompanha esses dois percursos por algum tempo. Geyza, uma das primeiras alunas da instituição, amadurece, casa-se, tem um filho – sem abrir mão da dança. Thalia, por sua vez, passa do final da infância à adolescência, fase de múltiplas descobertas.

Seus destinos são ainda ligados por traços como a determinação de vencer barreiras, os sorrisos abertos e o incondicional apoio de mães, que as fortalecem sem vitimizá-las. Pode surpreender o nível de vaidade – mas elas são assim: querem o melhor para si mesmas. A incursão pelos ambientes domésticos propiciam uma visão mais ampla do mundo em que vivem assim como de percalços inevitáveis, como a exclusão sofrida por Thalia na escola.

escola de ballet para cegos

É através de uma movimentação suave da câmera (direção de fotografia de Alejandro Ernesto Martinez e Guan Xi), trilha delicada (Alexis & Sam) e ênfase na narração em off que aproxima o espectador do aprendizado da dança, realizado sobretudo através das mãos para que as alunas sintam os movimentos orientados por Fernanda Bianchini, criadora da instituição, e de César Albuquerque, empenhado até a alma em criar um espetáculo original.

Através de montagem também assumida por Alexandre Peralta, o filme aborda, com sensibilidade e precisão, o amadurecimento dessas luminosas guerreiras em busca de suas vocações e de uma inserção social mais plena.

Assista um pouco dessa bela história:

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